quarta-feira, 7 de novembro de 2007

VEJA! QUE MENTIRA!

Usarei este artigo para dizer: a revista VEJA não tem compromisso com a verdade, age deliberadamente para ludibriar a população. VEJA é porta-voz dos sentimentos mais conservadores da direita reacionária e golpista.
É preciso dizer e repetir: em qualquer país civilizado do mundo VEJA seria tratada como uma revista de quinta categoria ou como panfleto eleitoreiro de um setor da sociedade. Mas, nas terras tupiniquins, protegida pela oligarquia detentora dos meios de comunicação, VEJA permanece tão ciente de sua intocabilidade que até mantém Diogo Mainardi como seu colunista. O cúmulo do deboche.
Repitamos mais uma vez: VEJA não é séria. Mente. Relatórios e relatórios com as falsas informações da revista já foram publicados. Recomenda-se um atualizador eletrônico, o “VEJA que porcaria”, boletim de crítica de mídia editado pelo jornalista José Chrispiniano e disponível para qualquer leitor que queira saber das mentiras da semana no site www.consciencia.net.
Percebam: Não se trata apenas de que VEJA tenha um lado na sociedade e que este lado não seja o nosso. A liberdade de opinião é inviolável e não a questionamos. O inaceitável é que VEJA se atreva a escrever editoriais que reafirmam sua independência e seu compromisso com o jornalismo, uma postura no mínimo inadequada à democracia e à livre expressão das idéias. Os leitores têm o direito de saber quais interesses VEJA representa e de quantas manipulações a revista se vale para difundir sua ideologia.
Com a proximidade do processo eleitoral brasileiro, VEJA intensifica seu desequilíbrio editorial, seu ódio de classe, sua fúria contra o PT e a esquerda mundial. Às claras, articula um golpe de Estado, depois de ver derrotada sua estratégia de apenas sangrar o Presidente.
Considerando que os caros leitores deste artigo não se dão ao desprazer de ler VEJA, confesso que apenas por questões de documentação colhi as seguintes atrocidades nas últimas semanas para compartilhá-las aqui:
VEJA de 22 de março: logo após a escolha de Geraldo Alckimim como candidato à Presidência da República, VEJA antecipou-se até mesmo ao patrocínio da “Nossa Caixa” e iniciou sua campanha. Foram oito páginas ao estilo de “Caras” com direito à foto de casamento do candidato, dados exclusivamente positivos da gestão no Governo de São Paulo, associação da imagem do tucano a Mário Covas e ainda uma coluna em que só acreditam a mãe de Alckimim e a VEJA: “a chance da arrancada”. Detalhe: a mesma edição traz Fernando Henrique Cardoso na capa e em mais dezesseis páginas de pura auto-proclamação e reverência. Nem as publicações do PSDB jogam tantos confetes sobre si mesmos.
VEJA de 29 de março: a capa dessa edição é dedicada à “dança” da Deputada Ângela Guadagnin. É óbvio que nenhum cidadão brasileiro irá concordar que a Casa do Povo se transforme em um palco de expressões artísticas. Mas a repercussão dada à “dança” da deputada chega a irritar. Ora, na mesma semana, parlamentares do PMDB saíram “no tapa” dentro do Congresso Nacional em meio à disputa pela liderança do partido. Derrubaram e atingiram até objetos públicos. Não se trata de quebra do decoro? Não merece nem uma matéria pequenininha em VEJA? E a eufórica comemoração do relatório de Osmar Serraglio? Não houve exagero? Dezenas de braços jogando um parlamentar para cima na sala da CPI não é além do senso do ridículo?
VEJA de 19 de abril: Ao anunciar o relatório do Procurador-Geral da União, VEJA forma a figura do Presidente Luís Inácio Lula da Silva com as fotos dos citados no relatório e escreve “O Bando dos 40: a denúncia do procurador-geral não deixa dúvida: Lula é o sujeito oculto da “organização criminosa que tinha como objetivo garantir a continuidade do projeto de poder do PT””. Percebe-se, primeiro, que o trecho retirado do relatório e reproduzido pela revista “entre aspas” não menciona o Presidente. Esta preciosa informação VEJA só revela no interior da revista. Ao iniciar a reportagem VEJA diz “O SUJEITO OCULTO: O nome de Lula não aparece no texto da devastadora denúncia do procurador-geral, mas as peças do esquema, juntas, formam a imagem do maior beneficiário de tudo: o presidente”. Apenas neste momento, e sem ênfase, VEJA explica que a associação do relatório ao Presidente é uma conclusão da revista. Trata-se de manipulação da informação a níveis inaceitáveis! VEJA propositadamente busca enganar o leitor. Passar como fato sua opinião. Como conclusão oficial suas especulações.
Para comprovar definitivamente seu desafeto à democracia, nesta mesma edição VEJA trata de forma antagônica duas situações de sucessão internacional: sobre a recusa do fascista Berlusconi em aceitar o resultado democrático das eleições italianas, VEJA parece tratar de um detalhe qualquer, com o título da matéria “Daqui ninguém me tira”. Duas páginas depois, sobre a sucessão peruana, em que os candidatos do conservadorismo não estão presentes no 2º turno, VEJA sentencia: “Entre o ruim e o pior.” Pergunta-se: Na opinião de quem? Porque a escolha democrática e soberana dos peruanos apontou justamente o contrário.
E assim, com inconsistência e descolamento da opinião da sociedade, a máscara de VEJA começa a cair. Cada vez mais pessoas se mobilizam contra a o monopólio das comunicações e lutam por sua democratização no Brasil e no mundo.
Enquanto isso, cabe a nós pensar uma outra comunicação, que não seja mais um negócio no grande mercado que é nosso mundo. A viabilização de meios públicos para a é uma questão básica de igualdade no debate.
Até lá, nunca é demais repetir, dizer de novo, reafirmar, difundir, proclamar: VEJA que mentira!

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